quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Delicadeza

Antes de mais nada, o velho Aurélio
pode ajudar-nos ao tentar definir esta
virtude tão sofisticada quanto vulnerável.



“Delicadeza” é definido como:
1. Qualidade de delicado; finura, delgadeza;
tenuidade, leveza:

2. Moleza, macieza, brandura:
3. Debilidade,
fraqueza, fragilidade:
4. Suavidade, leveza:
5. Sensibilidade, sutileza, finura:
6. Sagacidade, penetração, perspicácia:
7. Perfeição, esmero, apuro, primor:
8. Destreza, ligeireza:
9. Sensibilidade extrema; melindre, escrúpulo.
10.Cortesia, urbanidade, afabilidade:
11. Mimo, ternura:
12. Embaraço, complicação, dificuldade:



O adjetivo “delicado”, por outro lado,
é definido como:
1. Delgado, fino:
2. Mole, macio.
3. Leve, tênue:
4. Suave, brando:
5. Fraco, frágil:
6. Doce, terno, meigo.
7. Sensível, sutil, fino:
8. Atencioso, obsequioso, afável; urbano;
 cortês.
9. Suscetível de se ofender;
melindroso, escrupuloso.
10. Efeminado, afeminado, adamado.
11. Suave, tenro, leve, fino:
12. Esmerado, apurado, primoroso:
13. Pouco perceptível; sutil:
14. Precário, débil;
15. Embaraçoso, complicado, difícil:



Delicadeza e delicado/a, portanto, têm sentidos
diversos e que apontam em diferentes direções.
Diz-se que algo ou alguém é delicado quando é
fino, sensível, brando, doce, meigo. Mas também
se diz de uma situação que é delicada quando é
embaraçosa, complicada, dificil. A própria não
trivialidade de certas situações humanas as faz
delicadas, diferentes, de difícil trato e administração.



As delicadas tramas de um evento onde nos vemos
situados as vezes mesmo sem o querermos nos
enreda e nos deixa sem saída ou alternativa a não ser
 procurar com a maior paciência e cuidado desfazer
os nós de uma trama que se embaraçou e que agora
ameaça romper os fios do bordado ou do tecido.



O dicionário Petit Larousse diz que alguém ou algo
é delicado quando é refinado, sofisticado;
ou mesmo frágil, fraco. Mas também quando é
complexo, perigoso.  Ou então alguém cheio de
muito tato, ou mesmo difícil de contentar.


Em todo caso, quando da virtude se trata,
não é no sentido negativo que falamos, mas - pelo
contrário - no positivo. Desejamos fazer a apologia
desta delicadeza, cujos tempos Affonso Romano de
Sant’Anna anunciou como necessários para redimir
a violência e a grosseria que parecem tomar conta da
vida e do mundo em que vivemos.


É tempo de sermos delicados, atentos, pendentes do
outro e de sua dor, de seu sofrimento, de sua
 necessidade, de seu desejo. Tornar-nos sensíveis
e vulneráveis ao sentimento do outro que faz vibrar
profunda e belamente, e as vezes dolorosamente,
 as cordas mais íntimas e profundas de nosso
coração e de nosso sentir.

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